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A IMIGRAÇÃO ALEMÃ E OS CLUBES DE PORTO ALEGRE


Os clubes de Porto Alegre, em sua grande parte, são produto da cultura associativa dos alemães, que levam a fama de fundarem logo um clube quando dois ou três deles se encontram. Com a prática esportiva eles associavam também a preservação de sua cultura, a socialização e o lazer. A “ginástica” foi a prática escolhida pelos imigrantes alemães quando fundaram em Porto Alegre, a “Sociedade Ginástica Porto Alegre, em 1867” – a Sogipa.

Os clubes dos alemães dedicavam-se à ginástica, aos jogos coletivos, ao tiro ao alvo, a caminhadas, ao ciclismo, ao teatro e ao canto coral. O esporte – e em particular a ginástica – era um meio de educar o jovem para a nação, incutindo preceitos morais e tornando o cidadão um indivíduo saudável. Outros clubes e sociedades fundadas por alemães surgiram ao natural: o Grêmio Náutico União; a Sociedade Germânia, o Veleiros do Sul, o Clube dos Jangadeiros, o Iate Clube Guaíba-Porto Alegre, o Clube de Regatas Almirante Barroso – antigo Ruder Club Porto Alegre, a Sociedade Leopoldina Juvenil, o Schützenverein, hoje Clube dos Caixeiros Viajantes, a Sociedade União Popular – o Volksverein, hoje Associação Theodor Amstad com sede em Nova Petrópolis, o Centro Cultural 25 de Julho e naturalmente o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

No dia 15 de setembro de 1903 era criado também o Fuss-Ball Club de Porto Alegre. Ambos eram amplamente dominados pela presença germânica. O Fuss-Ball (“futebol” em alemão) era completamente fechado à participação de indivíduos externos a esta comunidade. O Grêmio FBPA, por sua vez, se apresentava como uma espécie de clube alemão sem restrições absolutas a elementos alheios àquela comunidade, pois dentre os seus 23 fundadores, havia quatro nomes não-germânicos. Trata-se da reprodução, no âmbito particular do futebol, de uma situação que se generalizava na vida social da Porto Alegre de então – a “cidade dos alemães”.

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